Comecei a escrever este blog no dia 9 de abril de 2013 – há três anos atrás.
Minha intenção era – e continua sendo – dar um testemunho REAL sobre o que funciona e não funciona na parte de se conseguir atingir a prosperidade financeira (na época meu TOP de prioridades) e o bem-estar físico e mental. Hoje em dia o que não faltam são sites/terapeutas/facilitadores/gurus/livros/blogs e outros bichos que falam sobre assuntos referente à alcançar a felicidade em várias áreas da vida.
Porém, imagino que poucos são como estes: onde o autor da obra é a própria cobaia do experimento… em tempo real.
No começo era praticamente um “blog confessional”, aonde eu anotava coisas que eu estava vendo e sentindo. Tentava excluir dos meus textos detalhes que poderiam me identificar e, de fato, nunca divulguei este blog para ninguém. Era para ser um diário público das coisas que estavam ocorrendo comigo, mas nunca me preocupei muito em que este espaço fosse um local de leitura agradável ou mesmo conhecido.
Porém, uma vez que encontro-me num ponto da minha vida onde muita coisa pode mudar, sinto necessidade de também mudar algumas coisinhas no blog.
Para começar: ele necessita de uma organização melhor. E uma revisão. Até para EU mesma poder ter uma visão clara do quanto eu mudei de lá para cá.
Portanto, irei excluir os posts antigos (alguns deles estavam horrendamente mal escritos e, pior, às vezes deixavam escapar pequenos detalhes da minha identidade), mas não antes de relê-los e fazer um apanhado geral. Vou manter apenas o primeiro que era, basicamente, uma apresentação.
Muita coisa mudou – sobretudo internamente – para mim desde aquela época. E mudou ainda mais comparando como estava a minha vida antes de começar a escrevê-lo. Portanto hoje vou postar algo que vai deixá-los a par de alguns detalhes do pré-blog – algo que eu não tinha feito e que creio que seja vital para melhor entendimento da minha situação e como ela foi mudando conforme o tempo foi passado e certas técnicas terapeuticas foram sendo empregadas. Allez!
Até meus 14 anos: cresci numa família classe-média do interior de São Paulo, ambiente familiar problemático, pais brigando muito… sobretudo por dinheiro. Muitas conversas destrutivas, muitas mudanças bruscas de cidade impedindo de criar laços com amigos, bullying na escola, desempenho escolar fenomenal no primário e desastroso no ginásio, sem amizades e sem amor em casa e fora dela.
Aos 15 anos, sofri de uma síndrome do pânico onde não conseguia dormir sozinha e era acometida pelo medo de morrer. Foi a primeira vez que meus pais, enfim, notaram que havia algo errado comigo. Fui numa psicóloga pela primeira vez.
Melhorei um pouquinho e meus pais não se preocuparam em continuar pagando a psicóloga para mim. E confesso que eu mesma também estava começando a me sentir incomodada com alguém perguntando sobre as minhas dores emocionais. Abrir-me com as pessoas não era comum…
Eu tentava me abrir mais com os professores, pessoas que eu acreditavam que poderiam encontrar, quem sabe, uma figura paterna. Mas também tive minhas decepções. Nesta época um dos meus professores pediu para eu ler um livro chamado Ética para Meu Filho. Foi um livro interessante para eu COMEÇAR a pensar e começar a ficar mais consciente sobre mim mesma.
Com 17 anos comecei um curso de desenho sério (já havia feito um aos 12 e aos 15 anos, mas nenhum deles vingou muito tempo), pois este era o rumo que eu queria tomar para a minha vida, embora não tivesse muita clareza de propósito. Foi bom porque comecei a formar primeiras amizades de verdade.
Aos 18 comecei a frequentar casas esotéricas e a conhecer a religião Wicca. Foi o meu substituto da psicologia e, na época, julguei que estava me servindo bem. Foi uma época interessante onde, inclusive, eu aprendi Tarô Cigano.
Aos 19 anos, consegui meu primeiro emprego onde eu fiquei apenas uma semana. Infelizmente não me dei bem com o patrão… ao mesmo tempo que minha primeira tentativa profissional de trabalhar na área que eu gosto (artes) terminou de forma bem desagradável quando uma obra minha foi publicada adulterada e o editor, que se achava na razão de modificar um texto meu completamente (a ponto de nem parecer mais que fui eu quem escreveu e ainda alterar o sentido da história) ainda se utilizou de comparsas para fazer bulling virtual comigo.
Não foi uma boa época, o que acabou culminando em outro problema:
Aos 20 anos, outra crise existencial. Mais forte. Desta vez um psiquiatra foi necessário e passei a tomar remédios. Coisas mal resolvidas de cinco anos atrás voltaram. Esta crise durou um ano, mas não foi a pior.
Neste meio tempo, comecei a fazer aos trancos e barrancos uma faculdade que, confesso, não queria fazer. Ainda havia sérios problemas em casa e minha mãe ficava desesperada para eu fazer “qualquer faculdade” porque perigava meu pai não querer mais pagar uma para mim no futuro próximo.
Desnecessário dizer que me dediquei pouquíssimo ao curso, ficando com umas DP bobas que me impediram de fazer um estágio dentro da faculdade (hoje enxergo claramente a autossabotagem…). Bem, pelo menos na faculdade consegui formar algumas amizades um pouco mais profundas e a ter alguns relacionamentos amorosos mais sérios – mas nenhum durou muito.
Aos 21 uma nova depressão começou a se alastrar, mas consegui controlá-la sozinha… por um tempo. Fui na psicóloga da faculdade e comecei a tomar Florais. Nesta mesma época arranjei outro emprego que também fiquei só uma semana. O problema foi o mesmo: patrão desagradável.
Um padrão já estava formado na minha ínfima vida profissional, mas eu ainda tinha dificuldades de enxergar.
Para tentar aliviar este tipo de problema, comecei a praticar Kung Fu – eu já tinha feito alguns meses quando tinha 15 anos, mas tinha desistido rápido. Fiz mais sério desta vez, cheguei até a mudar de faixa, mas depois… parei (sobretudo porque tive que tirar todos os dentes do ciso e, ficando de “molho” em casa, perdi o ritmo). mesmo assim, confesso que eu não tinha muita confiança em mim mesma – algo comum naquela época, infelizmente.
Durante a faculdade comecei também a jogar muito I-Ching. Jogava para mim mesma, uma, duas, três vezes por dia. Era só para conseguir ouvir alguma voz amiga que talvez me entendesse… e para ter esperanças no futuro. Também frequentei igrejas Espíritas em algumas ocasiões. No começo, indo junto com minha mãe e minha irmã… depois, quando elas meio que enjoaram eu não fui mais.
Com 23 anos fiz aulas de teatro. Cheguei a ter crises de choro, pois havia uma professora lá que não era nada gentil. Tentei firmar amizades com as pessoas do teatro, mas também não fui muito feliz. Elas não pareciam fazer muita questão de estar ao meu lado…
… foi quando eu ouvi, pela primeira vez, sobre Ressonância Harmônica que um professor de teatro estava fazendo (só ouvi falar, mas não me interessei em fazer na época, achei muito irreal…).
Tentei trabalhar com tatuagem (comprei um kit de máquinas) e até tinha descolado um lugar para fazer meus treinos. Infelizmente, o lugar fechou porque eles haviam dado calote nuns estrangeiros… perdi outra proposta profissional antes dela começar.
Mais tarde, tentei de novo fazer tatuagem num esquema que eu seria assistente (de graça) de um conhecido da minha prima. Iria no lugar todos os dias e o cara ia me ensinar a fazer tatuagens. O esquema só não foi para frente porque… bem… eu tinha aulas de teatro no sábado e o cara queria que eu largasse as aulas só para ficar trampando para ele (vale ressaltar novamente: de graça).
O tempo passou, completei minha faculdade. Consegui fazer, com muito esforço, um mês de estágio em um jornal onde eu não gostava de trampar. Minha maior reclamação era que eu ficava muito tempo num lugar sem poder fazer quase nada: só aguardando ordens – não aguento ficar parada muito tempo num ambiente, sobretudo meio desagradável.
Um outro padrão é que eu sempre tive muita vontade de chegar cedo em casa. Quando eu viajava (pouquíssimas vezes) eu queria chegar logo em casa. Quando tomava cerveja com amigos, eu queria voltar logo para casa. Quando estava chegando o horário da saída do meu trabalho, queria chegar logo em casa.
Mas nem tudo foi ruim: entre 2007 e 2011 descolei uns trampos freelas muito bons. Consegui, enfim, trabalhar um pouquinho com o que eu gosto, embora ainda não fosse um “emprego” mesmo. Não tive carteira assinada em nenhum momento e, infelizmente, um destes freelas bons eu acabei saindo brigada com meu patrão… de novo!
Em algum ponto a partir de 2010 comprei dois livros: um genérico sobre a Lei da Atração e o famoso “Quem pensa, enriquece”. Este último eu enchi de rabiscos e mais rabiscos… anotações diversas que hoje o tornaram quase ilegível. Alias, talvez eu devesse comprar uma nova cópia e me livrar da velha.
Duas coisas boas aconteceram ainda em 2011:
Primeiro: meu pai, ENFIM, pediu o divórcio – numa jogada que ele se arrepende até hoje, pois o fez só para intimidar a minha mãe (ele não queria se separar de verdade). Após um ano desgraçado, os papéis foram assinados e a pensão da minha mãe saiu – estávamos livres dele.
Segunda: com indicação da minha irmã, consegui um emprego (minha carteira de trabalho foi assinada pela primeira vez!) onde fiquei milagrosos três meses. Só não fiquei mais tempo porque em janeiro de 2012 voltei a ter depressão e eu nem conseguia trabalhar direito. A famosa crise que já estava começando a me visitar de forma regular de 5 em 5 anos bateu… e bem forte. Uma pena, pois eu tinha uma chefe ótima e saí de lá de bom grado. Pelo menos, enfim, o padrão do mal chefe tinha dado uma folga. Mas só uma folga…
Terceira: comecei a frequentar uma psicóloga de novo e, desta vez, fiz quase um ano inteiro. Depois saí porque não estava me sentindo muito à vontade com ela.
2012 foi o pior ano da minha vida. Naquele ano nada do que eu fazia dava certo (emprego, amizades, namoro…), entrei numa depressão ainda maior. A minha crise estava terrível mesmo, forçando-me a voltar a tomar medicamentos.
Mas conheci uma psicanalista maravilhosa e, 2012 e, esta sim, me ajudou bastante! E neste meio tempo também conheci a EFT, que também me ajudou a não desabar psicologicamente – embora eu tivesse voltado a tomar tarjas-pretas para me acalmar.
Também comecei a ver muitos videos na internet numa tentativa de me acalmar. Tentei fazer meditação sozinha, mas não tive muita disciplina. Durante uns bons anos, de 2010 até 2012, li muitos textos do Osho e que me ajudaram a manter o prumo. Cheguei a dar uma nova frequentada em igrejas espíritas, mas desisti rápido.
Em 2012, este ano terrível, ocorreu o último grande evento traumático da minha vida (daqueles que me deixava chorando o tempo todo e passando noites em claro): um contato antigo que eu tinha desde antes da época da faculdade havia montado uma editora. Pediu para que eu lhe enviasse um livro que ele ia publicar. E publicou… de forma horrenda!
Não, desta vez ele não fez nenhuma alteração no meu texto, nem nada, mas a primeira tiragem do meu livro saiu toda defeituosa… a editora estava cheia de problemas logo de saída… e, para piorar, o dono da editora acabou descontando em mim e na sócia dele (que foi minha amiga por um breve período) seus problemas pessoais. Chegou a dizer publicamente que meu livro era horrível (estranho, então por que ele o editou? E que tipo de editor fala mal publicamente de uma obra que ele edita?), ameaçou a sócia dele (e a mim) de processo só porque não dávamos razão à vitimização dele e da sua vidinha… nossa… período complicadíssimo!
Padrão do mal chefe de volta… tsk! Foi bem complicado, mas pelo menos tirei uma lição disto: a ler muito bem contratos.
Então, o ano de 2013 começou.
Pode-se dizer que na época eu tinha ZERO condições de atingir qualquer objetivo que eu tentava.
Só havia, realmente uma opção: mudar.
O blog estava para nascer…